quarta-feira, 19 de agosto de 2009

América Latina superará crise antes de países desenvolvidos, diz Nobel

da Efe, em Bogotá

O prêmio Nobel de Economia 2008, Paul Krugman, disse nesta quarta-feira que a América Latina superará a crise mundial "mais rápido que os países avançados", e ficará atrás apenas do progresso das economias asiáticas.

O economista, que participa de um fórum de liderança em Bogotá (Colômbia), falou sobre o momento que a economia mundial atravessa e considerou que a América Latina "está melhor preparada" para enfrentar a crise que em ocasiões anteriores.

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Em entrevista à imprensa local, Krugman afirmou que "não existe uma aproximação latino-americana com o que aconteceu", pois as economias emergentes "foram afetadas por uma redução do comércio mundial e das exportações".

Krugman ressaltou que embora os mercados emergentes mostrem certa melhsoria, "o que vai recuperar a economia mundial é que os grandes países se recuperem definitivamente".

Ele afirmou que os mercados da América Latina terão uma recuperação "mais rápida que a dos países avançados, mas não superarão as economias asiáticas", que, em sua opinião, mostram "sinais de uma alta impressionante".

América Latina vai superar crise antes depaíses desenvolvidos, disse hoje o prêmio Nobel Paul Krugman, em Bogotá (Colômbia)

No que diz respeito às economias de Estados Unidos, Europa e Japão, o economista afirmou que neste semestre devem evoluir "positivamente, mas provavelmente abaixo de seu potencial". Krugman observou que a China, que junto com a Índia foi apontada por especialistas como motor da recuperação econômica, "investiu grandes somas para conseguir uma recuperação a longo prazo", enquanto o mercado hindu "é dependente demais das exportações e dos serviços".

O diagnóstico global do acadêmico indica que a economia internacional se encontra "no final da recessão" e começa a ser detectada 'uma leve subida do crescimento econômico mundial', mas "neste momento não foram geradas ainda forças suficientes para a recuperação".

Pesquisa

Pesquisa da FGV (Fundação Getulio Vargas) elaborada em parceria com o instituto alemão Ifo e divulgada nesta quarta-feira mostrou que o ritmo da economia da América Latina, embora ainda esteja fraco, já entrou em uma fase de recuperação.

"As perspectivas para os próximos seis meses já podem ser consideradas como boas", diz a pesquisa. Segundo o estudo, o resultado mostra que o ciclo na América Latina passa a coincidir com o mundial, que já estava na fase de recuperação, desde abril de 2009.

FMI e OCDE

Ontem, o economista-chefe do FMI (Fundo Monetário Internacional), Olivier Blanchard, disse que a recuperação da economia global já começou, mas que "a reversão [da crise] não será simples". "A crise deixou cicatrizes profundas, que afetarão tanto a oferta como a demanda por muitos anos à frente."

A OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico), por sua vez, informou hoje que o PIB (Produto Interno Bruto) dos países-membros da organização se estabilizou no segundo trimestre de 2009 (houve um recuo no período de 0,002%, o que representa estabilização).

O dado se segue a uma queda de 2,1% do primeiro trimestre, o maior retrocesso registrado desde 1960. Entre o segundo trimestre deste ano e o mesmo período de 2008, no entanto, o PIB da OCDE caiu 4,6%.

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